"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



sábado, 6 de janeiro de 2018

Redução no salário-mínimo é descompromisso do governo golpista com o povo, diz presidente nacional da CUT

Medida do governo Temer penaliza a classe trabalhadora com a retirada de direitos e redução da renda, alerta CUT

(Texto: Walber Pinto – Foto: Portal Brasil)

No primeiro dia de 2018, o trabalhador e a trabalhadora tiveram, mais uma vez, direitos conquistados usurpados pelo golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP). O reajuste de 1,81% do salário-mínimo é o menor aumento dos últimos 24 anos, desde a criação do Plano Real. O valor passará dos atuais R$ 937 para R$ 954, conforme anunciado pelo governo golpista. 
Para o presidente da CUT, Vagner, Freitas, a redução do salário-mínimo é mais um “descompromisso do governo ilegítimo com os trabalhadores e com a população mais carente do Brasil”. De acordo com Vagner, essa decisão vai “prejudicar ainda mais os aposentados e pensionistas caso a reforma da Previdência, que está prevista para ser votada no dia 19 de fevereiro, seja aprovada pelo Congresso Nacional. "Enquanto compromete a qualidade de vida e a sobrevivência de milhões de famílias que dependem desse salário, o governo golpista perdoa dívidas de bilhões de reais dos banqueiros, grandes empresários e paga bilhões de dólares de indenização para os especuladores da Bolsa americanos”, denuncia o presidente.
Uma nota divulgada pela Executiva Nacional da CUT, assim que o governo ilegítimo anunciou a redução, a Central alertou que a medida de Temer  penaliza a classe trabalhadora com a redução da renda. “Um governo que gastou mais de R$ 15 bilhões em dinheiro público para se livrar da investigação de corrupção na Câmara dos Deputados, tira do bolso do trabalhador um dinheiro que poderia ser usado para comprar pelo menos 1 quilo de feijão (R$ 5,48) e outro de arroz (R$ 3,20) por mês. Isso é um crime contra a humanidade”, diz a nota.
Segundo o Dieese, o reajuste é o menor já registrado desde 1999, quando o valor teve um incremento de 5,79%. O cálculo do reajuste, regulamentado em lei, leva em conta o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes (no caso, o de 2016, que foi negativo em 3,6% e, por conta disso, desconsiderado), mais o INPC apurado no ano anterior. O governo ilegítimo acabou utilizando como referência o acumulado entre janeiro e novembro, que ficou em 1,81%. Para o economista técnico do Dieese Ilmar Ferreira Silva, o valor do salário-mínimo deveria ser de R$ 3.731,39 “para suprir um trabalhador e sua família com alimentação, moradia e saúde”. “O fato é que tudo indica que o governo não compartilha dessa visão de que é importante ter um aumento de renda da classe trabalhadora que recebe menos, que é a população que gasta o que recebe, gera atividade economia e ativa a economia”, diz.
No cálculo do Dieese, cada real de aumento tem um impacto de R$ 302,1 milhões por ano na folha da Previdência. O aumento dado, de R$ 17,00, representaria um gasto adicional de R$ 5,1 bilhões ao governo em 2018. 
Em 1994, no início do Plano Real, o valor necessário do mínimo, calculado pelo Dieese, era nove vezes superior ao oficial (R$ 590 a R$ 64). No governo Fernando Henrique, essa diferença entre oficial e necessário oscilou de sete a oito vezes. Ainda na gestão do tucano um trabalhador que recebia salário-mínimo chegou a precisar trabalhar 11 meses para alcançar o valor exigido pela lei.
Foi a partir de 2003, no governo do ex-presidente Lula, que essa diferença passou a ser reduzida de maneira mais definida, chegando a seu melhor patamar em janeiro de 2014, final do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff, quando o mínimo era de R$ 724 e o necessário exigido por lei, R$ 3.118,00 (3,5 vezes mais). “Foi a partir de 2004 (no governo Lula) que houve uma grande recuperação do salário-mínimo”, afirma Ilmar, que ressaltou ainda que as Centrais, em 2004, lançaram uma campanha pela valorização do salário, capitaneadas pela CUT que fez a proposta de valorização do mínimo, e o resultado disso foi uma trajetória de reajuste constante, que preservou o poder de compra dos brasileiros e ajudou a elevar os valores dos pisos salariais.

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