"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



quarta-feira, 19 de julho de 2017

CUT-SC: Repensar as ações e fortalecer a resistência da classe trabalhadora

Com o auditório lotado, começou nessa manhã do dia 19 de julho a 15ª Plenária Estadual e Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT-SC, que traz como tema os 100 anos da greve geral de 1917

Escrito por: Silvia Medeiros

É uma das semanas mais frias do ano de 2017. Há sete dias, 50 senadores aprovaram a reforma Trabalhista que muda drasticamente a relação de trabalho no país. É nessa conjuntura que 380 trabalhadores e trabalhadoras de Santa Catarina participam da 15ªPlenária e Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT-SC, que começou na manhã do dia 19 e vai até final da tarde do dia 20 de julho.
Vindos de várias regiões do Estado, muitos viajaram durante toda a madrugada enfrentando temperaturas negativas até chegar em Florianópolis, no Hotel Canto da Ilha, onde acontece o evento. Serão dois dias de intenso debate em que se pretende rever o plano de lutas da central e definir quais são os rumos do movimento sindical CUTista, frente a atual conjuntura  de ataques aos direitos sociais e políticas públicas.
Na rampa que dá acesso ao auditório, um túnel do tempo com várias imagens das lutas e lutadores catarinenses. Com fotos de povos indígenas originários da região de Santa Catarina, a guerrilheira Anita Garibaldi, os caboclos da Guerra do Contestado, a deputada negra Antonieta de Barros, o bispo Dom José Gomes um dos grandes incentivadores e referência na luta dos movimentos, os perseguidos pela Ditadura Militar no estado, todas essas imagens se misturam com as de lutas do movimento sindical CUTista de Santa Catarina e das greves gerais que aconteceram no país nos últimos l00 anos.
“Que a gente veja a nossa capacidade de mobilização e perceba o quanto nós já resistimos e também conquistamos durante todos esses anos. Que as imagens nos inspire nesses dois dias de plenária e consigamos pensar ações que fortaleça a classe trabalhadora e que derrote esse projeto neoliberal eu estão em curso”, destaca Adriana Maria Antunes de Souza, Secretária de Comunicação da CUT-SC e Coordenadora da Plenária.
Na abertura a presidenta da CUT-SC Anna Julia Rodrigues saudou a todos e todas e fez a reflexão em cima da frase em destaque no palco da Plenária, dita pelo ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “Que ninguém ouse duvidar da capacidade de luta da classe trabalhadora”.
A Secretária de Formação da CUT nacional, a catarinense Rosane Bertotti, saudou os presentes e destacou a organização da atividade e o alto número de participantes, para ela que participa da organização do Congresso Nacional da CUT, que vai acontecer no final do mês de agosto, é o estado com o maior número de delegados e delegadas.
O movimento sindical pós reforma trabalhista– A primeira mesa de debate trouxe a reflexão sobre a reforma Trabalhista aprovada no último dia 11 de julho e que trará mudanças drásticas nos direitos dos trabalhadores e na organização sindical.
O advogado e pós-doutor, Prudente Mello que tem um trabalho dentro do movimento sindical, falou dos desafios as organizações de classe, para o próximo período. De acordo com ele, o momento se iguala a um período pós-guerra em que cidades precisam ser reconstruídas, construções precisam ser refeitas. “Vivemos um período de desempoderamento do movimento sindical, se antes a responsabilidade dos dirigentes sindicais já era grande, agora essa responsabilidade se multiplica. Está sob os ombros de vocês, lideranças sindicais, a luta pela dignidade humana que foi posta em xeque com essa reforma trabalhista”, frisa Prudente.
Para ele, apesar da retirada de autonomia e mudanças na estrutura sindical, o momento requer o fortalecimento das entidades sindicais. “O mundo sindical no Brasil deu uma volta muito complicada no último período. Eles atacaram a capacidade de custeio do movimento sindical,  de organização e de fiscalização. Mais do que nunca é necessário fortalecer o trabalho de base e mostrar aos trabalhadores e trabalhadoras que só a união para resistirmos a retirada de direitos”.
 
 
 
 

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