"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



terça-feira, 23 de maio de 2017

Entidades voltam a cobrar o impeachment do governador catarinense

Protocolado por 32 pessoas, o processo de impeachment do governador Raimundo Colombo

(Texto: Sílvia Medeiros/CUT-SC)

Mais uma vez, a sociedade leva à Assembleia Legislativa a denúncia gravíssima contra o governador Raimundo Colombo, do PSD, e pede o impeachment dele. Baseado em denúncias de desvio de cerca de 1 bilhão de reais do ICMS coletado da Celesc e enviado ilegalmente para o Fundo Social, representantes de entidades sindicais e figuras políticas protocolaram, na manhã de hoje (23/05), 32 pedidos de impeachment do governador.
Os movimentos, através de seus representantes, já haviam protocolado um pedido igual, em outubro de 2016. Porém, alegando que o processo não poderia ser feito por entidades, mas, sim, por pessoas físicas, o então presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio, do mesmo partido que Colombo, o PSD, arquivou, e não deu encaminhamento nas investigações.
Naquele mesmo período, começou a tramitar na Casa Legislativa, projeto que regularizava a manobra fiscal do governador e seu então Secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni. Em grande acordo, o Tribunal de Justiça e o Ministério Publico de Santa Catarina (MPSC) receberam o percentual do Poder Legislativo, que havia sido desviado do seu fim, os municípios negociaram o pagamento desse dinheiro devido do governo estadual, e nada mais foi levantado sobre o caso. O Fundo Social foi criado em 2004, com o intuito de dar uma liberdade ao governo estadual no destino de verbas ligados a área social. Porém, constantes denúncias dão conta que, por ser muito amplo, as descrições de gastos autorizados pelo Fundo, esse recurso vem sendo utilizado de forma “politiqueira”, e sendo destinado a pagamentos de reformas de ginásios, até pagamentos de camisas de time de futebol.
A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, ressalta que os 40% dos recursos de ICMS da Celesc, desviados em 2015 e 2016, retiraram dos cofres do governo dinheiro que seria gasto em saúde e educação. “Enquanto Colombo e seu braço direito, o Gavazzoni, vinham a público dizer que não tinham dinheiro para investir na educação, e precisavam cortar salários dos professores, do outro lado, eles manobravam as verbas públicas, para garantir dinheiro a um fundo que os garantia base eleitoral”, explica a líder sindical. Para Anna Julia, o conto de governo perfeito de Raimundo Colombo está ruindo, dia após dia. Além do processo do impeachment, o governador está tendo que se explicar sobre denúncias na delação premiada do executivo da empresa JBS, Ricardo Suad, que acusa Colombo de receber dinheiro para campanha eleitoral, sem declaração, e, como pagamento, facilitaria a privatização da Casan, estatal que controla as redes de saneamento do Estado. A denúncia, negada pelo governador, começou a trazer efeito. Ontem (22/05), braço direito de Colombo, Antonio Gavazzoni, Secretário da Fazenda desde 2013, pediu seu desligamento do governo, deixando o governador fragilizado, tendo que suportar a crise política, sem o seu maior escudo e executivo mais importante.
“O cenário está complicado para o governador, que tanto mal fez aos trabalhadores no serviço público. Ele, junto com Gavazzoni, operaram o maior desmonte da previdência estadual, e colocaram medidas duras aos trabalhadores da educação pública estadual. Agora, estão expostos, com graves denúncias de envolvimento em recebimento de verbas não declaradas em suas campanhas políticas”, reforça a presidenta da CUT-SC.
Após as explicações para os pedidos de impeachment, à imprensa, os representantes foram até o gabinete do presidente da ALESC, deputado estadual Silvio Dreveck, do PP, que demonstrou descaso com a denúncia, e não saiu de uma reunião na Casa, para receber os representantes das entidades. Mesmo com o pouco interesse do presidente da ALESC, os denunciantes foram até o protocolo da Assembleia, e deixaram registrados os 32 pedidos de impeachment, e aguardam encaminhamentos daquela Casa Legislativa.

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