"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



quarta-feira, 10 de maio de 2017

CUT-SC debate o papel estratégico da comunicação nesse cenário de golpe

Em momento de grande disputa, a comunicação se torna uma ferramenta estratégica para impedir o avanço da retirada de direitos

(Texto: Silvia Medeiros/CUT-SC)

Consolidar uma rede de comunicação em Santa Catarina e entender a comunicação como uma estratégia na guerra de classes, foram os principais encaminhamentos do Seminário de Comunicação da CUT-SC “Comunicar e Resistir”, realizado entre os dias 8 e 9 de maio no auditório do hotel Canto da Ilha, em Florianópolis.
Em dois dias intensos de debate, os dirigentes sindicais e profissionais da área de comunicação puderam refletir sobre o poder da comunicação na vida das pessoas e, também, a importância da cultura dentro das lutas sociais. O evento trouxe ao estado nomes nacionais que vieram à Santa Catarina, falar de suas experiências e mostrar as possibilidades de transformação através da comunicação e cultura.
Professor da USP, Lalo Leal fla da comunicação e a manipulação
Professor da USP, Lalo Leal fla da comunicação e a manipulação
A informação, segundo Lalo Leal, professor da USP que participou da mesa Comunicação: um poder para querer ou combater?, está presente 24 horas em nossas vidas e está sendo usada para formatar a sociedade. De acordo com o professor, diferente dos políticos, os donos da comunicação não são escolhidos pelo povo, apesar de ser uma concessão pública. “A mídia funciona como um poder hereditário que passa de geração para geração, isso é ilegal e antidemocrático”. Lalo ressalta que a comunicação é tratada como um produto capitalista e não como um direito humano de todos e todas, os donos dos grandes meios de comunicação escolhem as informações que serão divulgadas. “A tragédia brasileira é o pensamento único”, reforça o professor.
Mesa 
Mesa "A gente ja ta fazendo" trouxe os debates consolidados sobre a comunicação no país
Para Claudia Santiago Gianotti, coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação – NPC, que participou da mesa Fazer e Acontecer, a comunicação sindical precisa compreender com quem ela se comunica, precisa pensar uma comunicação voltada para os trabalhadores. Pra ela, é preciso de uma comunicação em rede com todas as entidades da classe trabalhadora. “Se somar todos os profissionais que nós temos nas entidades sindicais, nós somos maiores que os conglomerados de comunicação. O problema é que eles estão diariamente na vida dos trabalhadores e nós uma vez por mês através do boletim e jornal do sindicato, por isso precisamos tornar esse nosso boletim um material compreensível e atrativo para os trabalhadores”.
Além da linguagem é preciso compreender a mudança do mundo do trabalho. Renato Rovai, jornalista e blogueiro da Revista Fórum que dividiu o debate com Cláudia, destaca que os tempos são outros e que precisamos adaptar as formas de se comunicar com os trabalhadores. Para ele é preciso dar uma atenção especial para a internet e suas diferentes possibilidades de comunicação. “Precisamos usar os recursos que temos disponíveis para fazer o enfretamento de ideias, não podemos subestimar a força e as possibilidades do ambiente da internet”.
Como forma de materializar o debate e já pensar nas mudanças necessárias que a comunicação sindical CUTista precisa fazer, o Seminário reservou um espaço para apresentar representantes da mídia alternativa catarinense. Participaram da roda de conversa o Portal Catarinas, o Coletivo Maruim de Jornalismo, a TV Floripa e a Associação de rádios comunitárias, a Abraço.
Na mesa Arte faz parte, várias propostas apareceram para levar à cultura para dentro do movimento sindical e encarar como uma ferramenta na disputa de classes e não somente um espaço de entretenimento. Na mesa a integrante do coletivo nacional de cultura do MST, Paola Pereira, o Secretário de Cultura da CUT Nacional, Tino e um dos idealizadores do Coletivo Fora do Eixo, Pablo Capilé, trouxeram suas experiências e mostraram a importância de fortalecer o debate da cultura dentro da luta de classes.
Grupo de rap 
Grupo de rap "Trama Feminina" fez apresentação no Seminário da CUT-SC
Todo o debate permeou a necessidade de empoderamento dos dirigentes sindicais sobre a importância da comunicação e o aperfeiçoamento das técnicas dos profissionais que estão no movimento sindical. Além do programa de formação voltado para a comunicação e formação, apresentado pela Secretária de Formação da CUT nacional, Rosane Bertotti. Oficinas levaram à prática aos participantes do seminário, que puderam compartilhar experiências nas áreas de redes sociais, vídeo e rádio.
Todo o debate foi firmado na mesa de encaminhamento e elaboração de propostas, algumas voltadas para a comunicação interna da entidade e outras voltadas ao fortalecimento da comunicação alternativa. Porém, para Adriana Maria, Secretária de Comunicação da CUT-SC, o principal encaminhamento foi encarar a comunicação como um importante aliado nessa guerra de classes em que vive a sociedade. “A grande mídia nos criminaliza diariamente, não leva aos trabalhadores informações vitais sobre seus direitos e sobre a postura de alguns políticos. Precisamos agir em rede e criar uma ação forte que mostre a todos e todas as informações que são sonegadas pelos oligopólios da comunicação. Precisamos mostrar para a sociedade, que existem outras versões dos fatos. Temos que falar numa só língua e mostrar que eles podem ser grandes, mas que nós somos muitos e vamos vencer essa guerra”.
 
 
 
 
 
 

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