"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



sábado, 29 de outubro de 2016

CNBB: PEC 241 elege os pobres para pagarem a conta

Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB), presidida pelo arcebispo dom Sérgio da Rocha, faz crítica contundente contra aprovação da PEC 241; entidade católica lembra a medida não estabelece nenhum teto para pagamento dos juros da dívida pública e diz que a PEC é "injusta e seletiva"; "Ela elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos"; CNBB defende mobilização e lança sobre o Senado a responsabilidade de dialogar com a população; "Pesa, neste momento, sobre o Senado Federal, a responsabilidade de dialogar amplamente com a sociedade a respeito das consequências da PEC 241"
247 - A Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB) criticou a aprovação da PEC 241, que congela por 20 anos as despesas do governo, indexando-as às inflação do ano anterior.
A entidade católica observa que a PEC não estabelece nenhum teto para despesas financeiras, como o pagamento dos juros da dívida pública. "A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além disso, beneficia os detentores do capital financeiro, quando não coloca teto para o pagamento de juros, não taxa grandes fortunas e não propõe auditar a dívida pública", afirma a entidade.
Segundo o texto, assinado pelo presidente da CNBB, Dom Sérgio da Rocha, a PEC 241 supervaloriza o mercado em detrimento do Estado. "Diante do risco de uma idolatria do mercado, a Doutrina Social da Igreja ressalta o limite e a incapacidade do mesmo em satisfazer as necessidades humanas que, por sua natureza, não são e não podem ser simples mercadorias", afirma.
A entidade defende a mobilização da população para derrubar a PEC e lança sobre o Senado a responsabilidade de dialogar com a população. "É possível reverter o caminho de aprovação dessa PEC, que precisa ser debatida de forma ampla e democrática. A mobilização popular e a sociedade civil organizada são fundamentais para superação da crise econômica e política. Pesa, neste momento, sobre o Senado Federal, a responsabilidade de dialogar amplamente com a sociedade a respeito das consequências da PEC 241", afirma.
Leia na íntegra a nota da CNBB:

"Brasília-DF, 27 de outubro de 2016
P – Nº. 0698/16

NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 241
"Não fazer os pobres participar dos próprios bens é roubá-los e tirar-lhes a vida."
(São João Crisóstomo, século IV)
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, dos dias 25 a 27 de outubro de 2016, manifesta sua posição a respeito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, de autoria do Poder Executivo que, após ter sido aprovada na Câmara Federal, segue para tramitação no Senado Federal.
Apresentada como fórmula para alcançar o equilíbrio dos gastos públicos, a PEC 241 limita, a partir de 2017, as despesas primárias do Estado – educação, saúde, infraestrutura, segurança, funcionalismo e outros – criando um teto para essas mesmas despesas, a ser aplicado nos próximos vinte anos. Significa, na prática, que nenhum aumento real de investimento nas áreas primárias poderá ser feito durante duas décadas. No entanto, ela não menciona nenhum teto para despesas financeiras, como, por exemplo, o pagamento dos juros da dívida pública. Por que esse tratamento diferenciado?
A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além disso, beneficia os detentores do capital financeiro, quando não coloca teto para o pagamento de juros, não taxa grandes fortunas e não propõe auditar a dívida pública.
A PEC 241 supervaloriza o mercado em detrimento do Estado. "O dinheiro deve servir e não governar! " (Evangelii Gaudium, 58). Diante do risco de uma idolatria do mercado, a Doutrina Social da Igreja ressalta o limite e a incapacidade do mesmo em satisfazer as necessidades humanas que, por sua natureza, não são e não podem ser simples mercadorias (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 349).
A PEC 241 afronta a Constituição Cidadã de 1988. Ao tratar dos artigos 198 e 212, que garantem um limite mínimo de investimento nas áreas de saúde e educação, ela desconsidera a ordem constitucional. A partir de 2018, o montante assegurado para estas áreas terá um novo critério de correção que será a inflação e não mais a receita corrente líquida, como prescreve a Constituição Federal.
É possível reverter o caminho de aprovação dessa PEC, que precisa ser debatida de forma ampla e democrática. A mobilização popular e a sociedade civil organizada são fundamentais para superação da crise econômica e política. Pesa, neste momento, sobre o Senado Federal, a responsabilidade de dialogar amplamente com a sociedade a respeito das consequências da PEC 241.
A CNBB continuará acompanhando esse processo, colocando-se à disposição para a busca de uma solução que garanta o direito de todos e não onere os mais pobres.
Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, continue intercedendo pelo povo brasileiro. Deus nos abençoe!

Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Arcebispo de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB"

(Brasil 247, 27/10/2016)

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Integrantes da Executiva Estadual do SINTE/SC participam de debate nas escolas de Maravilha

Integrantes da Executiva Estadual do SINTE/SC estiveram, durante todo o dia de hoje, nas escolas de Maravilha. O objetivo foi participarem do debate sobre a Medida Provisória 746, que trata sobre a reforma do ensino médio.
Estiveram nas escolas de Maravilha, a Secretária dos Aposentados e Assuntos Previdenciários do SINTE/SC, Alvete Pasin Bedin, o Secretário de Formação Política e Sindical do SINTE/SC, Evandro Accadrolli, a Secretária Adjunta de Organização – Oeste -, Fabiana Foletto. Em Maravilha, as lideranças mantiveram contato com a Coordenadora Regional do SINTE, Janete Halmensclger, a Conselheira da Regional no SINTE/SC, Marlise Konig, e a Suplente da Coordenação Regional Elzira Vogel. O grupo participou de debate nas Escolas de Educação Básica Nossa Senhora da Salete e Osvaldo Ferreira de Mello, em Tigrinhos, no interior do município.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Moção de Repúdio à Militarização das Escolas Estaduais

O SINTE/SC entende a educação pública como direito de todos e dever do Estado e da família, representa uma das maiores conquistas da humanidade, constituindo-se em uma das bases em que se sustenta o Estado Democrático de Direito e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, da qual o Brasil é signatário. A Constituição Federal de 1988, além de dedicar capítulo próprio à educação, a elevou como o primeiro direito social (art. 6º) que compete ao Estado garantir ao povo brasileiro.
E, para que a educação possa cumprir os seus três objetivos principais (o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, o art. 206 da CF/88) fixou os princípios que a regem, dentre os quais se destacam, para os fins deste manifesto, a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola (inciso I), a valorização dos profissionais da educação escolar, com a garantia de plano de carreira e contratação exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas (inciso V), a gestão democrática do ensino público (inciso VI) e o piso salarial profissional nacional para os profissionais das escolas públicas (inciso VIII). Esses princípios somente podem se efetivar sem intermediários, respeitando os atores escolares definidos na Constituição. Assim sendo, a militarização das escolas – que constitui além de limitação aos princípios constitucionais do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, verdadeiro desvio de função do poder de polícia definido na CF, e dos próprios policiais cedidos às escolas. Dentre os desvios mais flagrantes do Estado, para substituir a gestão pública educacional pela Polícia Militar, está a afronta ao princípio do concurso público de provas e títulos, para admissão na carreira da educação, o qual se pauta em outros princípios garantidores da república no trato da coisa pública, tais como os princípios da publicidade, da impessoalidade, da transparência e da eficiência.
Com relação à gestão, os/as diretores/as, como irá permanecer? Já que existe o Decreto nº 243, de 2015, que altera o Decreto nº 1.794, de 2013, que dispõe sobre a Gestão Escolar da Educação Básica e Profissional da rede estadual de ensino em todos os níveis e modalidades. Esses gestores continuarão sendo escolhidos? Caso sim, com que poderes? Já que a palavra final, sobre quaisquer assuntos escolares, caberá aos dirigentes militares “gestores” das escolas. Daí, a conclusão de que a escolha do gestor (civil e pedagógico) será pró-forma, com o único objetivo de cumprir exigência legal, para os fins de repasses financeiros pela União, a exemplo do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), não havendo qualquer sintonia ou compromisso com o princípio constitucional da gestão democrática (art. 206, inciso VI, da CF).
Ante tudo isso, o SINTE/SC, ao reafirmar o seu compromisso com a educação pública catarinense, e com a construção da cidadania, que tem na escola pública, em seu sentido constitucional, sem subterfúgios, um de seus pilares, sente-se no dever democrático de repudiar, de forma integral e inconciliável, a atitude nefasta do governo de Santa Catarina de entregar a gestão pública das escolas à Polícia Militar, ou utilizar suas estruturas físicas para comportar seu contingente militar.
Não podemos permitir que o Estado de Santa Catarina dê continuidade a esse processo contra a educação pública estadual, que é um símbolo das conquistas sociais para os trabalhadores de Santa Catarina e do Brasil.

DIRETORIA EXECUTIVA

SINTE/SC: Moção de Repúdio ao Movimento e aos Projetos de Lei da “Escola Sem Partido”

O SINTE/SC vem a público manifestar seu repúdio ao movimento conhecido como “Escola sem Partido” e aos Projetos de Lei defendidos por esse movimento, que tramitam no Senado Federal: Projeto de Lei do Senado nº 193/2016, e na Câmara Federal os Projetos de Lei nºs. 867/2015, 7180/2014, 7181/2014, 1411/2015, 1859/2015 e 2731/2015, além dos projetos em tramitação nas Assembleias Legislativas Estaduais e Câmaras de Vereadores. Esses Projetos partem do pressuposto que está ocorrendo uma doutrinação partidária, ou ideológica, promovida por professores de diversas disciplinas, em todos os níveis e modalidades da educação brasileira. Para propor essas mudanças na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei no. 9.394/1996) e outras providências, não se baseiam em nenhum dado científico tecnicamente comprovado, que evidenciem e que justifiquem as medidas propostas. Por outro lado, elas violam a liberdade de ensino, garantida pelo Art. 206 da CF/88, e toda concepção de educação que defendemos.
Sempre lutamos por uma educação autônoma, que se posicione diante das diversas situações do cotidiano. Esses Projetos impõem uma mordaça aos professores, ao currículo, e impossibilita o desenvolvimento da consciência dos estudantes, criando um ambiente propício para o crescimento da intolerância étnica racial, da xenofobia, da discriminação de gênero, da discriminação religiosa, da livre sexualidade e da pobreza.
Essas propostas não apenas interferem na liberdade de expressão dos professores brasileiros. Ela vai além, com a tentativa de criminalizar a atividade docente no Brasil, em todos os níveis e modalidades de educação. Ao estabelecer que o professor não deva veicular conteúdo, ou atividades que possam estar em conflito com as convicções religiosas ou morais dos pais ou responsáveis pelos estudantes, os projetos promovidos por esse movimento imobilizam os processos pedagógicos nas escolas, violam o direito dos estudantes à sua autonomia, no desenvolvimento de seu modo de pensar e entender a si mesmo e o mundo. Por isso, no Brasil, caso esses projetos sejam aprovados, e de fato implantados, eles destruirão todas as condições de continuarmos na construção de uma sociedade que respeite a diversidade, que caracteriza os pressupostos da formação de nossa sociedade e corroem ainda mais os fundamentos de nação em todas as suas dimensões sociais, políticas, culturais e religiosas.
Enfim, por entender que não podemos reduzir a educação, que ela deve ser laica, baseada na liberdade, na tolerância das diferenças e nos valores humanísticos, livres e democráticos, repudiamos todas as tentativas que comprometam a qualidade da educação e sua função social.

DIRETORIA EXECUTIVA

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Moção de Repúdio à Medida Provisória nº 746/2016

O Fórum Estadual de Educação do Estado de Santa Catarina/ FEE/SC, manifesta publicamente sua posição sobre a MP nº 746/2016, que Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e a Lei nº 11.494 de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, e dá outras providências e revoga a Lei11.161/2005, que Dispõe sobre o ensino da língua espanhola e propõe a reorganização do ensino médio.
O Fórum Estadual de Educação do Estado de Santa Catarina/ FEE/SC, considera que tal Medida representa um retrocesso, pois ela precariza a oferta do Ensino Médio é uma ameaça a educação brasileira, bem como a formação integral dos educandos na medida que:
1)                 A implantação de uma mudança importantíssima para a educação brasileira, que irá refletir diretamente na vida das futuras gerações, não poderia ser por Medida Provisória com caráter autoritário, desconsiderando todo o processo construído pela sociedade em geral nos últimos anos através das Conaes e outros fóruns até chegar a aprovação do PNE;
2)                 Ao retirar do currículo do Ensino Médio a obrigatoriedade de disciplinas como Filosofia, Sociologia, Educação Física e Artes, desvaloriza a importância de tais áreas na formação integral do sujeito. Além disso, estabelece o inglês como única língua estrangeira obrigatória a partir do 6º ano do ensino fundamental e no Ensino Médio, revogando a Lei 11.161/2005, que dispõe sobre o ensino da língua espanhola, elimina assim a possibilidade de escolha de um outro idioma;
3)                 A MP746/2016 estimula a precarização da oferta de ensino médio, sobretudo na rede pública de ensino, sob o discurso de flexibilização, quando se define a composição do currículo a partir de grandes áreas do conhecimento/atuação profissional: linguagens, matemática; ciências da natureza; ciências humanas e formação técnica e profissional;
4)                 Quando se propõe a ampliação da carga horária letiva para mil e quatrocentas horas, não discute em qual estrutura física será realizada essa alteração, já que o suporte financeiro do governo federal será somente para escolas cadastradas como “de tempo integral”, nos quatro primeiros anos após a implementação da proposta;
5)                 A implantação das escolas “de tempo integral” estará criando dois tipos de escolas, uma para os ricos e outra para os pobres, na medida em que nenhuma escola estadual terá recursos financeiros necessários para oferecer um ensino de qualidade. Nesse contexto econômico e com a eminente implantação da atual PEC nº 241/2016 que “congela” gastos públicos em setores essenciais como educação, essas escolas sem recursos financeiros irão preparar mão de obra barata para o setor produtivo, enquanto as escolas privadas e aquelas com a parceria público privadas terão condições de preparar melhor os estudantes, que disputarão as vagas melhor remuneradas no mercado de trabalho, sem contar que ampliará ainda mais dualidade entre as redes de ensino;
6)                 Ao possibilitar o aproveitamento de estudos do Ensino Médio como créditos no ensino superior, reforça uma compreensão de formação universitária aligeirada voltada para o ingresso imediato no mercado de trabalho, desvalorizando cada vez mais o papel da universidade na formação de conhecimento, através da pesquisa, ensino e extensão.
7)                 Ao admitir atuação na docência de profissionais reconhecidos pelos sistemas de ensino como de “notório saber”, reforça ainda a desvalorização da formação docente, a falta de reconhecimento da peculiaridade do trabalho pedagógico, o desestímulo à opção pelas licenciaturas, a não dedicação exclusiva a escola, já que não garante um salário descente ao professor, onde também não será garantido a formação continuada pela falta de investimentos.

Antes de propor as mudanças da MP 746/2016, os membros do Fórum Estadual de Educação do Estado de Santa Catarina/ FEE/SC, questiona:
1. Qual a real necessidade da reformulação do Ensino Médio?
2. Quais são as políticas do governo federal para de fato colocar em pratica as o que preconiza a LDB e as metas do PNE?
3. Essa reforma foi proposta com quais interesses? A quem interessa essa reforma? Pelas manifestações em nível nacional sobre a implantação da MP 746/2016 é contrária aos interesses da sociedade brasileira, na sua forma e conteúdo, em particular as camadas economicamente menos favorecidas que são as que mais necessitam de uma escola pública de qualidade.
Enfim, não é possível propor mudanças apenas por que existe uma grande evasão escolar no Ensino Médio ou mesmo por que não se alcançou as metas propostas pelo IDEB. É necessário debater essas mudanças democraticamente para não negar aos estudantes o direito de conhecer a sociedade onde vivem em todas as suas dimensões.
Por isso, repudiamos integralmente a MP 746 e em consonância com o Fórum Nacional de Educação exigimos a retirada imediata desta medida da votação do Congresso Nacional.

Entidades integrantes do Fórum Estadual de Educação do Estado de Santa Catarina/ FEE/SC

Estudantes que ocuparam a primeira escola de SC divulgam carta à população

Cara população catarinense,

Os alunos da Escola de Educação Básica Soror Angélica vem, por meio desta carta, agradecer a cada um que, de alguma forma, ajudou no movimento de ocupação do prédio escolar. Agradecemos as doações, a torcida e o apoio que cada um expressou para com o movimento.
Gostaríamos de dizer que a luta pelos nossos direitos continua. Os alunos lourencianos, assim como fomos os primeiros a nos comprometermos em um manifesto de ocupação, não vamos desistir da luta, e continuamos contando com o apoio de cada um que até aqui torceu pelo nosso sucesso.

Vamos todos juntos dizer NÃO às falácias do governo!
NÃO à PEC 241!
NÃO à MP 746!
NÃO à Lei da Mordaça!
SIM à DEMOCRACIA E À IGUALDADE!
 

Educação, previdência e impeachment do governador são temas da sessão

(Texto: Lisandrea Costa - Fotos: Luis Debiasi/Agência AL)

O deputado Dirceu Dresch (PT) abriu os pronunciamentos na tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão ordinária desta quinta-feira (27), elogiando a mobilização crescente dos estudantes catarinenses, que “a exemplo do movimento que ocorre em outros estados, estão ocupando escolas em protesto às medidas de redução dos investimentos sociais e em educação, impostas pelo governo Temer”. Para Dresch, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, na Câmara dos Deputados, a educação, que vinha passando por uma revolução no Brasil, vai retroceder 150 anos.
No contraponto, o deputado Silvio Dreveck (PP) defendeu a PEC 241 como instrumento fundamental para fazer as reformas necessárias no país. Disse que a iniciativa dos estudantes “de impedir a atividade nas escolas é incompreensível” e que a emenda constitucional aprovada na Câmara dos Deputados apenas restringe os gastos. “Quando os gastos públicos são muitos elevados, sobem a inflação e os juros, o que acaba respingando na população. Mantendo o ritmo dos gastos públicos acima da arrecadação, a situação de desemprego vai se agravar”, alertou.
Os dois deputados concordaram que só o controle do teto dos gastos é insuficiente para que o Brasil volte a crescer e tenha uma situação melhor na economia. Em aparte, Dresch disse que o Brasil gasta 46% do que arrecada para pagar dívidas e emendou que “para se tornar uma grande nação o Brasil tem que investir na educação”. Dreveck focou na reforma previdenciária, que considera indispensável. “Santa Catarina deu um passo importante para o futuro ao fazer a sua reforma previdenciária, e outros estados agora precisarão fazer isso”, frisou. Altair Silva (PP) se somou ao colega. “O Brasil precisa enfrentar a questão da previdência, corrigindo as superaposentadorias e as aposentadorias precoces. Enquanto o agricultor trabalha de sol a sol, temos categorias que se aposentam antes dos 50 anos com salário vitalício. Precisamos fazer uma reforma previdenciária que dê justiça a todos os brasileiros”, defendeu.

Impeachment de Colombo
O pedido de impeachment do governador Raimundo Colombo, protocolado na Assembleia Legislativa na quarta-feira (26), pelo Fórum Catarinense em Defesa do Serviço Público, foi outro assunto levado à tribuna por Dirceu Dresch. De acordo com o deputado, ao destinar mais de R$ 600 milhões da Celesc para o Fundosocial, “o governo saqueou os 25% correspondentes ao percentual dos municípios, conforme apontou o relatório do Tribunal de Contas do Estado”. Ele espera que o presidente Merisio trate esse processo constitucionalmente. “Uma decisão do STF [Supremo Tribunal Federal] já determinou que um pedido de impeachment encaminhado pela sociedade, seja na Câmara dos Deputados ou nas assembleias, deve receber os devidos encaminhamentos.”

Estudante fala sobre ocupação das escolas na Assembleia Legislativa do Paraná

Fala emocionante da aluna Ana Júlia, de 16 anos, do Colégio Estadual Manuel Alencar Guimarães, na Assembleia Legislativa do Paraná, representando as mais de 850 escolas e institutos federais ocupados no estado, na tarde de ontem:

Colombo dá mais um golpe na educação catarinense

Na surdina, o governador Colombo enviou o Projeto de Lei 222/16 à ALESC, que trata da abertura de crédito suplementar, retirando recursos da educação e passando para o DEINFRA. Para revolta geral da educação catarinense, o que foi apresentado como mero detalhe é que os recursos mencionados pelo PL são da Educação, ou seja, do Fundo Estadual da Educação (FEDUC). O Fundo é destinado à revitalização da rede física das escolas estaduais.
Na prática, o que o governo pretende com esse projeto é desviar os R$ 106.202.868,00, que seriam para reforma e melhoria das condições físicas das escolas, frente à precaríssima situação de muitas escolas estaduais, e, se colocado na perspectiva do que é prioridade, fica nítido o absurdo que significa este projeto de lei. As rodovias estaduais precisam de atenção, mas não em detrimento da educação, que, no discurso, sempre aparece como prioridade, mas, na prática, acaba prejudicada, nas políticas governamentais.
Nesse sentido, precisamos reagir, e orientamos que cada escola que enfrenta problemas na estrutura física relate, inclusive, com imagens, e envie direto para os deputados da Comissão de Educação da ALESC, e que cada professor envie email para os deputados, repudiando esse projeto de lei.

Presidente da Comissão de Educação:
Antonio Aguiar antonioaguiar@alesc.sc.gov.br
Vice-Presidente Comissao:
Luciane Carminatti: lucianecarminatti13@gmail.com
Membros Comissão:
Gabriel Ribeiro: depgabrielribeiro@alesc.sc.gov.br
Gean Loureiro: geanloureiro@alesc.sc.gov.br
Natalino Lázare: natalino@alesc.sc.gov.br
Rodrigo Minotto: rodrigominotto@alesc.sc.gov.br
Serafim Venzon: serafimvenzon@alesc.sc.gov.br

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Estudantes ocupam Escola Tancredo Neves em Chapecó

Estudantes ocuparam hoje (26/10) a Escola de Educação Básica Tancredo Neves, em Chapecó. No final da tarde, os estudantes reuniram-se com os professores, e, no início da noite, com os pais. O debate tratou sobre a PEC 241/2016, que congela os investimentos à educação e à saúde, nos próximos vinte anos, no País. Também, a comunidade escolar discutiu sobre a MP 746, que trata da Reforma do Ensino Médio, além da “Lei da Mordaça” (“Escola sem Partido”) e a Reforma da Previdência, que prevê aposentadoria aos 65 anos, para trabalhadores e trabalhadoras. O debate com os pais contou com a participação de professores da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) de Chapecó. Esses temas têm sido motivo das ocupações dos estudantes, em mais de 1.100 escolas brasileiras.
A mobilização dos estudantes da Escola Tancredo deve prosseguir, com organização de agendas diárias, onde constam “aulões” e debates. Estudantes de outras unidades se organizam, também, para ocuparem mais escolas, na região.